Toxoplasmose
A Toxoplasmose é causada pelo protozoário Toxoplasma gondii trata-se de uma cocccidiose dos felídeos (protozoário de gatos) e uma das mais comuns parasitoses que afetam os animais homeotérmicos (mamíferos), em todo o mundo, inclusive o homem, constituindo uma importante zoonose (doença que é transmitida pelos animais ao homem).
Os Gatos Domésticos são o ponto-chave da epidemiologia da toxoplasmose na cidade, sendo os únicos hospedeiros onde ocorre a reprodução sexuada do parasito, culminando com a formação de oocistos (Ovos Infectantes) que são eliminados para o meio ambiente com suas fezes fechando o ciclo biológico do parasita. Gatos são denominados "Hospedeiros Definitivos" por essa característica.
No quadro acima você tem um resumo esquemático das formas de contaminação do Toxoplasma:
1) ingestão de tecidos de animais infectados, contendo cistos de Toxoplasma, através de carne crua ou mal cozida, fonte de infecção comum para hospedeiros definitivos e intermediários, ou presas caçadas, fonte de infecção primária nos gatos.
2) ingestão de oocistos eliminados nas fezes de gatos, fonte de infecção comum para hospedeiros intermediários, os oocistos podem ser transportados por baratas, moscas e minhocas.
3) infecção congênita, transplacentária, esta fonte de infecção é incomum nos cães e gatos, mas pode ser causa de aborto, natimortos ou mortalidade neonatal.
Sintomas:
Nos animais: A toxoplasmose clinica é reconhecida mais freqüentemente nos gatos do que nos cães, mas o espectro de sinais é semelhante em ambas as espécies. São comuns sinais inespecíficos de anorexia, depressão, febre intermitente, outros sinais são denominados pelo local da lesão a partir da disseminação extra-intestinal, sendo que os órgãos mais afetados são os pulmões, os olhos, o cérebro, o fígado e a musculatura esquelética. Nos gatos, a doença clínica é rara, embora tenham sido registrados enterite, linfonodos mesentéricos infartados, pneumonia, alterações degenerativas no sistema nervoso central e encefalite. Se ocorrer manifestações clínicas, os órgãos mais comumente afetados são os olhos e pulmões, aproximadamente 75% dos animais com uveíte são soropositivos para Toxoplasma. Nos cães o aparecimento da doença é marcado por febre, com lassidão, anorexia, diarréia, pneumonia e manifestações neurológicas, pode ocorrer infecção junto com cinomose ou vacinação contra cinomose. A enfermidade clínica é rara no cão, as manifestações oculares são menos comuns que nos gatos, as manifestações neurológicas podem ser hiperexcitabilidade, depressão,
tremor, paresia, paralisia e convulsões.
No Homem: A toxoplasmose pode ser uma doença absolutamente assintomática ou provocar quadros graves no miocárdio, fígado e músculos, encefalite e exantema máculo-papular (vermelhidão pelo corpo em forma de pequenas manchas e pápulas). No caso de haver sintomas, merecem destaque: * Febre; * Manchas pelo corpo; * Cansaço; * Dores no corpo; * Linfadenopatia, ou seja, ínguas espalhadas pelo corpo; * Dificuldade para enxergar que pode evoluir para cegueira; * Lesões na retina.
Se infecção se der durante a gravidez (o que ocorre em 0,5% das gestações), os parasitas podem atravessar a placenta e infectar o feto, o que pode levar a abortos e a malformações em um terço dos casos, malformações como hidrocefalia podendo também ocorrer neuropatias e oftalmopatias na criança como défices neurológicos e cegueira, mas se a infecção tiver sido antes do início da gravidez não há qualquer perigo, mesmo que existam cistos.
Diagnóstico:
O diagnóstico é pela sorologia, ou seja, detecção dos anticorpos específicos contra o parasita, como as imunoglobulinas IgM, que só existem nas fases agudas, e IgG que está aumentada na fase crônica da doença. O ELISA é amplamente utilizado. Imunofluerescência Indireta é de uso comum na Veterinária.
Tratamento:
Não existe um tratamento completamente satisfatório. A clindamicina é o medicamento de escolha para cães e gatos. Em gatos, como terapia adjuvante contra uveíte, pode ser administrado colírio de prednisona a 1%. Uma combinação da droga pirimetamina com a sulfadiazina foi descrita como eficaz contra taquizoítos em humanos, mas não contra bradizoítos, porém é bastante tóxica em gatos.
Prevenção:
A prevenção da infecção depende da eliminação da exposição de cães e gatos a carne mal cozida ou crua. Alimentar os gatos com ração, água fervida ou filtrada, não lhes permitir caçar animais também reduz o risco. Visto que os gatos apenas eliminam oocistos por 1 a 2 semanas após tornarem-se infectados, e visto que a maioria dos gatos são minuciosos em seus hábitos de limpeza, a exposição a oocistos infectantes não é fonte importante de infecção para gatos, cães ou o homem.
Humanos: As gestantes devem evitar o contato com fezes de gatos, pois estas podem conter oocistos, não ingerir água de origem desconhecida e sem estar fervida, nem carne crua ou mal cozida, nem vegetais mal lavados durante a gravidez. Lavar as caixas sanitárias com água, ferver frequentemente e nunca tocá-las por mãos sem luvas. Não se descuide do acompanhamento pré-natal.