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Filosofia, Amor e Ética

Segundo o Professor e Filósofo Clóvis de Barros Filho o ato de doar (dar aquilo que te pertence para outrem) se divide em dois: o doar sem reflexão que é o Amor e a doação pela razão que é a sua cópia, a Generosidade (há a opção de não doar, mas existe o benefício maior no contrário) e só aquele que doa pode saber qual a diferença. Fidelidade, Tolerância também são virtudes morais que imitam o Amor. Mas qual o sentimento que corresponde ao Amor? Para isso ele se socorre em três grandes pensadores, porém todos são divergentes. O primeiro é Platão, matemático e filósofo grego. Famoso pela expressão "amor platônico", cuja definição é confusa e um pouco avessa ao conceito original. Em sua obra "O Banquete" ele disserta sobre o Amor. Platão chama o Amor de "Eros" e ele, simplesmente, o define como desejo. Você ama aquilo que deseja quanto mais você deseja, mais você ama. O desejo é aquilo que falta, você deseja sempre aquilo que não possui. Do momento que você tem, o amor não existe mais. A vida seria terrível se Platão tivesse razão, mas a sociedade atual imprime essa definição, como exemplo as empresas atuais exigem metas, e metas nada mais são que o dinheiro que ainda não temos e desejamos alcançar. E ficamos sempre como o burro com a cenoura amarrada em sua frente, saindo da zona de conforto: ginásio, colegial, faculdade, estágio, emprego, gerência, diretoria, presidência... e quando alcançamos a "meta" outra meta nos é apresentada e a vida nunca começa, torcemos pelo fim-de-semana, torcemos pelo feriado, torcemos pelas férias, torcemos pelo final-do-ano... e quando vemos estamos torcendo para a vida acabar. Aristóteles define Amor como Alegria, alegria pela presença. A satisfação por aquilo que você já possui, uma reconciliação com o mundo atual. Não somos preparados para a alegria, fomos educados para o desejo. Aristóteles chama o Amor de "Philia" que é a passagem para um estado mais potente do próprio ser, o sentimento de se sentir energizado nos momentos em que a alegria passa pela nossa vida. Amar tudo aquilo que te alegra. Tendo essa como definição: a simplicidade é a chave para uma vida mais feliz, afinal aquele que se alegra com coisas simples tem mais oportunidades de ser feliz do que aquele que só se contenta com complexidades. A terceira definição de Amor é "Agape" o amor de Cristo. Talvez seja o caminho certo para a felicidade: em Eros (Platão) o Amor é o alvo a ser alcançado e quando alcançado é imediatamente trocado... é um amor centrado no amante, no que faz falta ao amante, o amado pode ser trocado constantemente. Em Philia (Aristóteles) o amado é um instrumento para a felicidade do amante, o amado deve alegrar o amante, o amado é um instrumento da felicidade do amante. Em Ágape o que importa é o amado, você abre mão de seu desejo e de sua alegria pelo desejo e alegria do outro. Indo além, o amor de Cristo é pelo próximo e por "próximo" entendemos ser "qualquer um". É o mais perfeito, mas também o mais difícil de se alcançar, pois necessita de um desapego tal que anule o ego completamente. Podemos ver o Amor de Platão na maioria dos animais... Podemos ver o Amor de Aristóteles nos cães... Mas o Amor de Cristo "Ágape", esse só pode ser alcançado por humanos, pois vai de encontro aos nossos instintos de sobrevivência forjados com milhões de anos de evolução e, somente nós, podemos sobrepujar a natureza com a nossa consciência. Talvez será necessário mais um passo no progresso do "Homo sapiens sapiens" para atingir o Ágape.

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