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Alimentação (Ração, Comida Caseira, Petiscos...)

Você que adora dar um "agrado" para o seu bichinho de estimação, principalmente durante as suas refeições, pode ficar decepcionado com o que vai ler a seguir: Dependendo do que você estiver comendo, repartir a comida pode intoxicar o seu amigo.

A primeira coisa a ser dita é o seguinte: Segundo alguns etologistas (pesquisadores do comportamento animal), quando você oferece a comida na sua mão o cão pode interpretar como submissão da sua parte. Na natureza o líder, enquanto come, não deixa o subalterno chegar perto da comida; como você está cedendo um pouco da sua, talvez ele não interprete como um ato de compaixão, mas sim como covardia... isso pode ser um problema se ele tiver potencial para ser agressivo.

Voltando para os alimentos:

- Chocolates: extremamente perigosos. No chocolate existe uma substância chamada TEOBROMINA semelhante à cafeína que nós, seres humanos, eliminamos com facilidade, mas são problemáticos em cães e gatos que mantém a substância circulando no sangue por muito tempo causando intoxicação. Os sintomas variam dependendo da quantidade ingerida e do tipo de chocolate (quanto mais cacau...pior), sendo eles: vômito, diarréia, passando por quadros de excitação, taquicardia e até convulsões e morte.

- Cebolas: apresentam uma substância n-propil dissulfito que promove a transformação de hemoglobina em metemoglobina do sangue principalmente de gatos, mas afetando cães também. Os sinais clínicos incluem: apatia, taquicardia (aceleração de batimentos cardíacos), taquipnéia (respiração ofegante) e cianose (mucosas azuladas).

- Uvas e uvas passas: possuem uma substância não identificada que pode causar lesões nos rins.

- Batatas, Inhames, Mandioca, Mandioquinhas, Kará...: Não devem ser dados CRÚS. Apresentam a substância SOLAMINA que provocam depressão do Sistema nervoso central e causam problemas gastrointestinais.

- Abacate: contém PERSINA, substância que pode causar desarranjos intestinais.

- Linhaça crua: contém ácido erúcico, substância tóxica para cães e gatos.

- Macadâmias: alimento nativo da Austrália, muito divulgado por suas qualidades nutritivas ...em seres humanos... Em cães e gatos pode provocar paralisias musculares severas.

- Doces e balas: Açúcar em excesso é extremamente prejudicial aos cães e gatos. Além de causar obesidade e problemas dentários (cáries), sobrecarregam a função pancreática de produzir insulina podendo causar Diabets Mellitus. Algumas guloseimas contém XILYTOL substância tóxica para animais.

- Frituras: Além de produzirem desconforto digestivo (muita gordura) pode causar entupimento de artérias e veias. Coisa rara em cães e gatos ou carnívoros em geral, mas as temíveis gorduras TRANS (ácidos graxos insaturados) ajudam sobremaneira num animal propenso a tais quadros. Os "salgadinhos" incluem-se nessa lista.

- Pimentas: em quantidade moderada agridem o estômago.

- Espinafre: Suspeita-se que sua ingestão possa causar cálculos urinários.

- Bebidas alcoólicas: é quase óbvio, mas não custa alertar também que cães e gatos têm o fígado mais frágil que o ser humano.

- Alho: em pequena quantidade pode ser benéfico, mas em quantidades exageradas apresentam o mesmo problema das cebolas.

- Chá Preto e Café: cães e gatos têm dificuldade em metabolizar a cafeína causando excitabilidade excessiva.

- CARNE: Seria uma insensatez dizer que é proibido dar carne para um animal carnívoro, porém os petiscos de carne podem ser prejudiciais para animais mais idosos. Dar carne aumenta a proporção de proteína na dieta que pode sobrecarregar a função de um rim que pode já estar em exaustão ou em processo senil. Outra coisa é que se você der carne para o seu cachorrinho ele vai ficar alguns dias sem comer esperando aquela "dilíça" de novo...Ração... Bleagh!!

Por último fica mais uma dica: o paladar dos cães é rudimentar perto do nosso. Possui um terço das nossas papilas gustativas na língua e ENGOLEM tudo que entra pela boca, praticamente sem mastigar. Quem já mastigou um comprimido de Aspirina sabe a diferença entre mastigar e engolir. Então... não conquiste seu animal de estimação pela boca... ele não têm prazer nenhum em comer os seus petiscos, mas adora cheirá-los e receber algo da sua mão.

Rações

Hoje existem vários tipos de rações no mercado. Não há dúvida e é consenso geral entre Médicos Veterinários que a ração é a melhor escolha na alimentação de cães e gatos. Mas com a grande variedade de marcas e tipos fica difícil descobrir qual a ração mais indicada para o seu animal. Vamos tentar explicar tudo isso:

Tipos de Rações com relação à idade:

- Leite artificial: indicada para filhotes ainda lactantes que por um motivo ou outro não tem o leite materno ou este é insuficiente.

- Ração desmame: indicada para filhotes na fase de 25 a 45 dias. Período em que o animal ainda mama, mas já está explorando o mundo sozinho, testando sabores. Também indicada para cães separados da mãe muito precocemente.

- Ração filhotes: Filhotes à partir de 40 dias. Nessa fase o filhote já está separado da mãe e possui a maioria dos dentes de leite. Essa ração é fornecida durante toda a fase de crescimento do animal (raças pequenas e médias até 1 ano e raças grandes e gigantes 1,5 anos). Possuem grãos menores para facilitar mastigação e quantidade de carboidratos e proteínas elevados, suprindo necessidades de crescimento e atividade que é maior na infância.

- Ração adulto: Ração indicada à partir de 1 ano até 7 anos de idade. Ração de manutenção para equilibrar e manter um animal saudável. O grão é maior para forçar a mastigação evitando formação de tártaros e atrofia muscular da mandíbula.

- Ração senior: Ração para cães idosos (acima de 7 anos de idade). Essa ração diminuí a proporção de proteína e carboidratos desnecessários para um animal que está diminuindo sua atividade física. Proteínas em excesso podem sobrecarregar a função de determinados órgãos causando sua degeneração; e Carboidratos e Gorduras em excesso podem causar obesidade que é tão prejudicial para animais quanto para o homem.

Tipos de Rações com relação à qualidade:

*Denominações tipo "premium", "Super Premium", etc. Esta é uma classificação que, segundo a entidade representativa dos fabricantes, baseia-se em critérios internacionais mas não está padronizada, ou seja, não é possível confirmar sua veracidade em documentos normativos.(*) fonte Inmetro.

- Ração Super Premium: Ração que utiliza ingredientes de superior digestibilidade, isso quer dizer que o animal precisa consumir menos para saciar a fome e o volume de fezes produzido é menor, pois o que é consumido é quase tudo aproveitado. Segundo alguns fabricantes o volume de fezes de uma ração super premium não deve ultrapassar 20%. Outra vantagem é a formulação fixa das rações super premium: independente do preço da matéria-prima no mercado haverá todos os ingredientes da fórmula original da ração.

- Ração Premium Special, Plus...: Também utiliza ingredientes nobres, mas sofrem variações sazonais de matéria-prima.

- Ração Premium: utiliza ingredientes vegetais de pouca digestibilidade como soja, milho, trigo... São referências de mercado e facilmente encontradas e identificadas, pois são líderes em venda e investem pesado em propaganda.

- Ração Standart ou "de Combate": são rações que competem mais pelo preço que pela qualidade. Utilizam subprodutos de origem animal como chifres, pele, cascos... na sua formulação. Sofrem variações drásticas de matérias-primas na sua fabricação. Utiliza conservantes e aromatizantes de baixa qualidade.

- Rações de Prescrição ou V-diet: essas são rações balanceadas para manter o equilíbrio de animais que estão sob tratamento ou sofrem de alguma patologia que necessita ausência ou incremento de alguns ingredientes da fórmula. Não devem ser administradas por longo tempo à animais saudáveis.

- Rações Light ou Diet: Rações para cães com problemas de obesidade. Devem seguir as instruções da embalagem e fornecer somente aquilo que for indicado pelo fabricante.

Tipos de Rações com relação à umidade:

- Rações Secas: com umidade inferior a 10%. São as ideais para serem fornecidas para cães e gatos saudáveis.

- Rações Úmidas: são as rações vendidas em latas ou sachês. Essas rações são mais indicadas para cães e gatos na fase de desmame ou com problemas bucais (dentários) severos ou, ainda, para animais com problemas urinários. Consumo é muito maior devido à quantidade de água (75%). Deve ser consumido rapidamente, pois mesmo refrigerado estraga com facilidade. Limpeza dental deve ser uma constante, pois impregnam nos dentes.

- Rações Semi-úmidas: umidade de 20%. Somente indicadas para cães muito resistentes às rações secas. Possuem nível alto de sódio e açucares que podem fazer o animal tender a obesidade. Devem ser consumidas rapidamente depois de abertas, pois perdem valor nutritivo ao ar livre. Limpeza dentária também se faz necessária em animais que comem esse tipo de ração

Link para Avaliação do Inmetro sobre qualidade das rações:

Número de Refeições conforme a idade:

Esta tabela segue um padrão não muito rígido. Pode-se adapta-lo dependendo das necessidades individuais de cada animal e disponibilidade de tempo do proprietário:

- Até 30 dias: apenas leite materno. - 30 dias a 3 meses: 4 refeições diárias. - 3 meses a 6 meses: 3 refeições diárias. - 6 meses a 1 ano: 2 refeições diárias. - Após 1 ano: manter 2 refeições para cães de grande porte, ou uma basta.

Valores Nutricionais (padrões de qualidade ou níveis de garantia encontrados nas embalagens de rações):

- Umidade: quantidade de água da ração. Em rações secas deve ser inferior a 10%, rações semi-úmidas (macias) ao redor de 20%, rações úmidas (em lata) por volta de 75%.

- Proteína Bruta: quantidade de proteína calculada em determinada ração. Esse cálculo nem sempre reflete a quantidade de proteína aproveitada pelo animal. Por exemplo: proteínas de baixa digestibilidade como da pele entram no cálculo da proteína bruta, mas não são aproveitadas pelo organismo do cão.

- Extrato etéreo: é a gordura e/ou óleos que a ração contém ou todas as substâncias da ração que são extraídas pelo éter.

- Extrativos não-nitrogenados: indicativo do valor energético (caloria) da ração. Corresponde “teoricamente” aos carboidratos não estruturais.

- Fibra Bruta: A fibra bruta faz parte dos carboidratos mais complexos, que formam as fibras lenhosas das plantas, são digeridas com muita dificuldade e muita energia é perdida nessa digestão. Tem pouco valor calórico para cães e gatos sendo eliminados nas fezes em sua maioria.

- Matéria Mineral ou Cinza: Fração inôrganica da ração é determinada pela incineração da amostra. Usado para determinar o cálcio e fósforo em substâncias como farinha de ossos e produtos de origem marinha.

- Outros: - MOS: Mananoligossacarídeos. São os denominados pré-bióticos (principal ação dos Prebióticos é estimular o crescimento e/ou ativar o metabolismo de algum grupo de bactérias benéficas do trato intestinal).

- Aditivos Adsorventes: produto usado para absorver toxinas de fungos como a Aflatoxina.

- Extrato de Yucca: extrato da planta yucca schidigera ajuda na redução dos odores das fezes de cães e gatos.

- Ácido Linoleico: suplemento alimentar que supostamente ajuda na metabolização de gorduras e melhora aparência da pelagem.

Ingredientes (Matéria-Prima):

- Farinha de sub-produtos de animais: tecido animal reciclado sem adição de pêlos, cascos, chifres, couro, esterco e conteúdo estomacal, exceto em quantidades que as boas práticas de processamento não conseguiram evitar.

- Farinha de glúten de milho: é o resíduo seco da proteína do milho, depois de retirados o amido e a gordura, e da separação da fibra por um processo empregado com moagem úmida para a fabricação de amido de milho e xarope de milho. Farinha de glúten de milho é um sub-produto com baixo teor de aminoácidos essenciais. Milho moído, que contém o grão inteiro do milho, é preferível. - Carne: carne limpa de animais abatidos restrita aos músculos esqueléticos ou da língua, diafragma, coração, ou esôfago, com ou sem gordura, tendões, pele, nervos e vasos sanguíneos. Pode ser de qualquer espécie como porcos, cabras, coelhos, e etc. Se o termo estiver acompanhado por uma espécie identificada (exemplo: peru), a carne precisa corresponder à essa espécie. - Farinha de carne e de ossos: tecido reciclado de mamíferos (sem gordura e água), incluindo ossos, sem pêlos, cascos, chifres, couro, esterco e conteúdo estomacal. Trata-se de um sub-produto com quantidades variáveis de carne e ossos (que difere dependendo do lote) e qualidade protéica variável. Assim como na “farinha de carne”, pode conter carne oriunda de animais mortos antes do abate, animais que chegaram moribundos ao abatedouro, animais doentes ou defeituosos; ou seja, impróprios para consumo humano. - Farinha de sub-produtos: partes limpas não-recicladas (contêm gordura e água) que não incluem carne e que são pulmões, baço, rins, cérebro, fígado, sangue, ossos, estômago e intestinos sem conteúdo. Não pode incluir dentes, pêlos, chifres e cascos. Essa fonte de proteína pode ser mais saudável do que “farinha de carne” ou “farinha de carne e ossos” (já que vem de tecido não reciclado e de animais abatidos, em vez de vir de carcaças de animais que morreram antes do abate), mas não há maneira de saber apenas pela leitura do rótulo, quanto de cada sub-produto está incluído na ração. - Farinha de sub-produtos de frango: partes limpas moídas e recicladas de carcaças de aves abatidas, inclui: pescoço, pés, ovos mal desenvolvidos e intestinos. Não pode conter penas, exceto em quantidades que não podem ser evitadas com boas práticas de processamento. A qualidade entre os lotes é bastante inconstante.

Troca de ração:

Qualquer troca alimentar de cães e gatos deve obedecer a seguinte regra:

- 1ª semana: 1/4 da ração nova e 3/4 da ração velha.

- 2ª semana: 1/2 da ração nova e 1/2 da ração velha.

- 3ª semana: 3/4 da ração nova e 1/4 da ração velha.

- 4ª semana: troca total da ração.

Essa troca gradual de alimentação deve ser observada, pois o tubo digestivo dos carnívoros é mais sensível a mudanças alimentares, ocorrendo desarranjo intestinal (diarréia).

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